quinta-feira, 10 de maio de 2012

Que é a Uni-CV e o que significa estudar nela?


Estando em curso o processo de lançamento das novas ofertas formativas da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) para o ano lectivo 2012/2013, considero oportuno partilhar com os leitores deste blog o seguinte vídeo institucional que dá a conhecer, ainda que de forma breve e incompleta, o que é a Uni-CV e o que significa estudar na Universidade Pública, onde a qualidade académica é uma conquista permanente, em prol do desenvolvimento de Cabo Verde e da realização das perspectivas de realização pessoal, social e profissional dos estudantes.

Veja e ouça, pois.


Bartolomeu Varela

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Género, sexualidade, identidade, represtações sociais e educação

No vídeo que se segue, pode-se seguir uma aula em que uma especialista em educação aborda o conceito de género e o correlaciona com os de sexo e identidade, explicando como se constroem as identidades de género e as identidades sexuais, mediante discursos e práticas de construção de sujeitos. Do mesmo passo, correlaciona-se género, identidade e poder, demonstrando-se como as relações de poder influenciam culturas e identidades, assim como diversos tipos de representações que conferem sentido às coisas, aos actos e às relações de género. Não perca!

Na continuação das temáticas abordadas no vídeo precedente, debruça-se, no vídeo seguinte, sobre a problemática da sexualidade e o conceito de educação sexual que, mais recentemente, tende a ceder lugar a conceitos como orientação sexual ou educação para a(s) sexualidade(s), fornecendo pistas metodológicas para a acção educativa. Não perca!



Nas representações sociais e individuais do género e identidades (de género e de sexo), estão subjacentes, com elevada frequência, estereótipicos e preconceitos, construídos ao longo de décadas, séculos e milénios e aceites, também amiúde, de forma acrítica e conformista, pelo que não constitui tarefa fácil (ainda que possível) uma abordagem pedagógica susceptível de desconstruir hábitos, credos e "falsas verdades" que dificultam a prevalência nos meios sociais, institucionais, laborais, familiares e escolares de relações de género de novo tipo, baseadas na igualdade da condição humana, da equidade e da igualdade de oportunidades entre a mulher e o homem, ou mlhor entre os géneros.

Género e Educação

Este vídeo ilustra aspectos interessantes da problemática, muito actual, das relações de género.
Aprecie e discuta com os colegas as questões abordadas no vídeo, procurando extrair ilações para uma abordagem mais adequada das relações entre os géneros, à luz dos princípios da igualdade, da solidariedade social e da cidadania democrática, entre outros, que se propugna para as sociedades hodiernas.   

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A propósito do perfil de ingresso no ensino superior.



Através do link precedente, tem-se acesso a um artigo em que se dá a conhecer a medida tomada em Portugal para evitar que a escola privada (do ensino secundário) seja utilizada como mero trampolim ou porta de entrada facilitada para o ensino superior.

Em Cabo Verde, o acesso ao ensino superior precisa de ser regulamentado de modo a exigir-se, de facto, maior rigor na apreciação do perfil de entrada, nomeadamente no ensino superior privado, que não tem vindo a realizar provas para a selecção dos alunos em função da demonstração da capacidade de ingresso.

Todavia, mesmo na universidade pública, que sempre realiza as provas de ingresso, a investigação levada a efeito revela a necessidade de elevação do perfil de entrada dos alunos. É assim que, nas provas de acesso, que incidem sobre disciplinas nucleares dos cursos, em virtude do elevado índice de notas negativas, se tem seleccionado alunos com clasificações muito baixas, facto que não deixa de condicionar a evolução do desempenho académico dos estudantes, além de dificultar a gestão e a implementação cabal dos currículos.

Em todo o caso, o problema do perfil de entrada no ensino superior deve ser analisado numa perspectiva mais global, buscando soluções não apenas a nível do próprio subsistema do ensino superior, mas num plano sistémico, envolvendo, nomeadamente:
a) a necessidade de reforço da qualificação dos professores para o ensino básico e o ensino secundário, seja no âmbito da formação inicial, seja no quadro da formação em exercíco;
b) a ampliação das iniciativas de acompanhamento, supervisão e apoio pedagógico aos docentes destes níveis de ensino no exercício das suas funções;
c) a exigência de cumprimento integral dos currículos do ensino secundário, como condição para a conclusão deste nível de ensino e, em consequência, a avaliação final dos alunos do ensino secundário em relação a todos os conteúdos programáticos (propugna-se, pois, que seja banida, definitivamente, a prática de se avaliar os alunos apenas em relação aos objectivos e conteúdos ministrados, o que encoraja o não cumprimento cabal dos programas);
d) o reforço da inspecção do cumprimento dos programas e dos mecanismos de responsabilização dos docentes que, sem motivo atendível, não cumpram os programas curriuclares;
e) a ampliação, se necessário, do tempo de estudos, com vista ao cumprimento integral dos programas do ensino secundário;
f) a reformulação dos currículos do ensino básico e secundário e a melhoria dos métodos de ensino, especialmente nas áreas identificadas como mais problemáticas (ex: aprendizagem da língua portuguesa e da matetática), de modo a adequar o nível de ensino às exigências dos tempos actuais e, em particular, ao grau de complexidade do ensino superior;
g) uma maior aproximação entre as instituições de ensino superior e as escolas secundárias, tendo em vista uma mellhor articulação dos currículos e métodos de ensino nos dois subsistemas...

Concluindo,

A questão do nível de ingreso no ensino superior não se coloca apenas em relação à qualidade das escolas privadas do ensino secundário (que, de resto, acolhem uma franja pouco significativa dos alunos deste nível de ensino), mas é uma questão que releva de uma abordagem global e sistémica da problemática da formação em Cabo Verde.

Sem se pôr em causa a democraticidade do acesso ao ensino superior, este é um nível de formação que implica um elevado grau de exigências, em termos de aprioramento do conhecimento científico, pelo que deve estar resguardado dos efeitos maléficos de uma massificação em que a expansão quantitativa dos incritos e diplomados não é acompanhada da manutenção ou elevação da qualidade académica.

Bartolomeu Varela

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

"A missão de educar": uma aposta na qualidade da educação!

Editorial
1. Neste blog, "A missão de educar", que tem por objecto a abordagem de questões educacionais, pode apreciar trabalhos da minha autoria e de outros autores. Além do seu eventual interesse académico ou didáctico, os textos aqui publicados pretendem contribuir para a reflexão e o aprofundamento de questões com que se defrontam os sistemas educativos, em geral, e o cabo-verdiano, em particular, tendo em vista a procura de subsídios para o aprimoramento das políticas e práxis educativas.
Este propósito traduz o meu entendimento de que a aposta na qualidade ou na excelência da educação é de grande alcance estratégico, posto que é, seguramente, através da educação e da formação que o país (a Humanidade, em geral) logrará construir, de forma sustentável, o seu progresso e bem-estar.
2. Caso lhe interessar, é igualmente convidado a visitar os meus blogs  Excelência Educativa em Cabo Verde (https://www.excelenciaeducativa.blogs.sapo.cv/), que retoma postagens da minha autoria publicadas em outras páginas pessoais, além de incluir publicações inéditas, e A causa da educação (https://bartvarela.wordpress.com/), espaço de partilha de trabalhos, reflexões e perspectivas para um paradigma educacional à altura dos tempos actuais.
3. Pode ainda encontrar livros, artigos e textos diversos sobre temas educacionais e outros na minhas páginas web da Academia.edu (https://unicv.academia.edu/BartolomeuVarela)

4. Se tiver o ensejo de ler e apreciar os textos publicados, pode formular a seu respeito críticas e sugestões, que serão bem recebidas, no quadro de um debate salutar que se impõe fazer sobre os novos paradigmas educacionais.

Bartolomeu Varela

PS: Para qualquer contacto, queira escrever-me para o e-mail bartolomeuv@gmail.com.

domingo, 30 de maio de 2010

Promover o acesso ao conhecimento poderoso – é para o que servem as escolas!

Considero que não faz mal a ninguém uma certa dose de humildade, sobretudo quando se trata de proclamar a verdade sobre as coisas, os factos e as ideias orientadoras dos actos humanos.

Assim, admiro a postura de Platão que, segundo Sócrates, sempre dizia que sua sabedoria era limitada à sua própria ignorância, afirmando: "Só sei que nada sei" (in Platão, "Apologia de Sócrates").

No entanto, não sou apologista extremo do relativismo do conhecimento, a ponto de negar a existência de qualquer conhecimento verdadeiro, como alegam os pós-modernistas radicais.

Concordo, então, plenamente com os que, como Michael Yung, defendem que, num dado contexto histórico, é possível, com o contributo da Ciência, chegar-se à objectividade do conhecimento, isto é, ao conhecimento verdadeiro, ou ainda ao chamado “conhecimento poderoso”, que, indo além do conhecimento de senso comum, do quotidiano ou contextual, permite aos indivíduos compreender, transformar e agir sobre a realidade, resolvendo os problemas que a vida lhes vai colocando, e, enfim, participar na criação das condições para a sua emancipação e plena realização nos planos social, profissional e pessoal.

É para promover o acesso dos alunos a esse "conhecimento poderoso" (não se confunda com o "conhecimento dos poderosos") que servem as escolas. Sobre este tema, aconselho o estimado leitor a ler um interessante texto de Michael Young, eminente sociólogo da educação e curriculista, a que pode ter acesso através do link que se segue:

http://www.scielo.br/pdf/es/v28n101/a0228101.pdf

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A África, a educação e o progresso sustentável

Um dia após a comemoração do Dia da África, 25 de Maio, penso, convicto, com base no percurso seguido por Cabo Verde nos seus 35 anos de Independência, marcados por inegáveis avanços em todos os domínios, que o continente africano não só não é "um caso perdido" como é uma região do mundo com um enorme potencial de progresso, tanto pela incomensurabilidade dos seus recursos naturais como, em especial, pelo espírito laborioso dos seus povos, que a História regista.

Esta convicção assenta, contudo, num pressuposto básico: é indispensável um investimento sério na educação, através da qual se formam gerações de africanos cada vez mais conscientes desse potencial e, sobretudo, capazes de compreender e assumir que o progresso almejado está ao seu alcance.

A partir deste pressuposto, criar-se-ão, igualmente, as premissas necessárias para a emergência, nos diversos estados africanos, de lideranças competentes, com uma visão estratégica esclarecida e, em especial, comprometidas com o desenvolvimento e o progresso sustentáveis dos respectivos povos.

Nessa altura, a via fácil do enriquecimento de uns poucos, através das mil e uma formas de corrupção, do tráfico de drogas e de seres humanos, dos golpes de estado e conflitos armados, etc., não encontrará terreno fértil para germinar e crescer, cedendo passo ao surgimento de "uma vida nova" em todas as latitudes da Mãe África.

Este é um sonho que está sendo realidade em vários países africanos, de entre os quais cito o meu país (Cabo Verde), não obstante o muito que há ainda por fazer-se. E, no pressuposto acima referido, essa realidade será, cada vez mais, tangível em todos os países africanos!

Dir-se-á que, por ora, para muitos países africanos, afectados pelos efeitos nefastos dos conflitos armados e da má governação, deve-se dar prioridade a actos de solidariedade para com os desvalidos da sorte: os refugiados, sem casa, nem pão, nem água potável, sem roupas e sem as condições básicas de saúde. É certo! Mas não será, apenas, pela via caritativa do suprimento das necessidades imediatas de sobrevivência, que se criarão as condições necessárias para a construção de um futuro de prosperidade duradoura para a África.

Uma visão estratégica de desenvolvimento da África torna-se mister, não apenas ao nível das lideranças africanas, mas também das instituições e dos países “doadores”. Assim, a par do imediatismo das medidas de remediação dos infortúnios, importa pensar e construir o futuro, mediante uma aposta forte na qualificação e no empoderamento dos africanos e, do mesmo passo, no apoio consequente às políticas de desenvolvimento sustentáveis, que são indissociáveis da defesa de valores como a governação democrática, a garantia da legalidade e da justiça, a valorização da cultura e das identidades dos povos e a promoção do bem-estar social.

Inspeção e regulação da Educação

  Partilhamos nesta página o nosso mais recente livro, que visa proporcionar a todos quantos se interessam pela problemática da Qualidade da...