terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Abordagem curricular por competências na escola - Para além do modismo!


Como salientei em artigo recente (*), a abordagem curricular por competências, enquanto fenómeno recente no discurso educativo em Cabo Verde, só pode traduzir-se numa inovação efectiva ao nível das práxis educacionais se for correctamente compreendida pelos diversos actores envolvidos na obra educativa e, em particular, nos processos de deliberação, gestão e realização dos currículos escolares.
 
No link seguinte do meu canal no Youtube, selecciono diversos vídeos, nos quais são elucidadas questões relevantes que se prendem ou se relacionam directamente com a abordagem curricular por competências. As vídeo-aulas  são apresentadas de uma forma clara e "competente", pelo que espero sejam do agrado do(a)s educadore(a)s.

http://www.youtube.com/watch?v=x8KC_hZTK3A&feature=share&list=PLi-yXsmNVZy1dFf7tf6YJtPviioN0Mqm6

Praia, Dezembro de 2012.
Bartolomeu Varela

(*) Veja-se o artigo em:
 http://bartvarela.files.wordpress.com/2012/12/abordagem-por-competencias-no-curriculo-escolar-em-cabo-verde1.pdf

O que vem a ser o Currículo Escolar?

Conceptualizar o currículo escolar implica considerar o que se quer que  o(a)s aluno(a)s sejam ou “em que eles ou elas se devem tornar” durante e depois de um percurso formativo (Silva, 2000, p.14), o que nos leva a encará-lo como um projecto, que se realiza no âmbito de um processo de formação, necessariamente interactivo, “que implica unidade, continuidade e interdependência entre o que se decide ao nível do plano normativo, ou oficial, e ao nível do plano real, ou do processo de ensino-aprendizagem“ (Pacheco, 2001, p. 20).
 
No link que se segue, partilhamos várias videoconferências  sobre o Currículo, uma temática de
suma importância para os educadores, posto que se trata de uma questão da maior centralidade na vida das escolas e das academias em geral.
Apreciem.

http://www.youtube.com/playlist?list=PLi-yXsmNVZy2K8-Vs_-HgPdm0s2kisHve

Praia, Dezembro de 2012.

Bartolomeu Varela

sábado, 22 de setembro de 2012

"Função da Escola", pelo Professor Libâneo

Por ocasião do início de um novo ano lectivo em Cabo Verde, entendo ser oportuno partilhar com os educadores este eloquente vídeo, em que o renomado Professor Libâneo nos fala da "Função da Escola" nos tempos actuais, assunto de que me tenho ocupado em vários textos e contextos.

Apreciem:

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Portugal a meio da tabela de ranking mundial de ensino superior! E Cabo Verde?

Chamou a minha atenção uma notícia publicada no Jornal online "O Público" com o seguinte título:

"Portugal a meio da tabela de ranking/ mundial de ensino superior"

Segundo o jornal, o ensino superior português está a meio da tabela de ranking mundial, o que não é propriamente mau.

Não consegui encontrar informação sobre a posição que o ensino superior cabo-verdiano ocupa nesse ranking.

No entanto, para que venha a ocupar um lugar de destaque nesse ranking, o ensino superior cabo-verdiano terá de vencer várias apostas importantes, de entre as quais saliento:

a) A passagem de uma actividade académica essencialmente baseada na transmissão do conhecimento para um paradigma de formação que combine harmonicamente a produção do conhecimento (pela investigação), a difusão do conhecimento (pelo ensino) e a mobilização desse conhecimento para a prestação à comunidade de serviços compagináveis com a sua missão (extensão);
b) O reforço da qualiade do corpo docente da sinstituições de ensino superior, tanto em termos de elevação do grau académico como de formação pedagógica, enquanto componente indissociável da profissionalidade docente no ensino superior;
c) O reforço dos meios e condições de aprendizagem dos estudantes e a promoção da centralidade destes na vida académica.
d) A democratização do processo de gestão das instituições de ensino superior, com o envolvimento dos diversos corpos da academia (professores, estudantes e trabalhadores) na tomada das decisões concernentes à vida universitária e bem assim na sua realização;
e) O aprimoramento da capacidade de avaliação interna, a nível de cada uma das instituições, pressuposto indispensável para que as instituições possam, por si róprias, monitorar o cumprimento da sua missão, sem que tenham de aguardar pela realização das avaliações externas;
f) A criação de um sistema de avaliação da qualidade do ensino superior credível, assegurado por entidade(s) autónomas e altamente qualificadas e que alie os referenciais gerais de qualidade com as especificiadades de missões e funções das diferentes instituições;
h) A concepção e implementação de um sistema de acção social universitária que propicie a equidade no acesso à formação superior pelos estudantes das diferentes camadas sociais, sem prejuízo da criação de mecanismos que garantam a sustentabilidade do mesmo sistema;
i) A implementação de  políticas públicas indutoras de qualidade no ensino superior, aferida em termos que combinem o desempenho das funções essenciais da Universidade (orientadas, em suma, para a promoção da alta cultura) e das funções ditas "utilitárias" para a economia, o mercado e a sociedade em geral.

Bartolomeu Varela

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Que é a Uni-CV e o que significa estudar nela?


Estando em curso o processo de lançamento das novas ofertas formativas da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) para o ano lectivo 2012/2013, considero oportuno partilhar com os leitores deste blog o seguinte vídeo institucional que dá a conhecer, ainda que de forma breve e incompleta, o que é a Uni-CV e o que significa estudar na Universidade Pública, onde a qualidade académica é uma conquista permanente, em prol do desenvolvimento de Cabo Verde e da realização das perspectivas de realização pessoal, social e profissional dos estudantes.

Veja e ouça, pois.


Bartolomeu Varela

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Género, sexualidade, identidade, represtações sociais e educação

No vídeo que se segue, pode-se seguir uma aula em que uma especialista em educação aborda o conceito de género e o correlaciona com os de sexo e identidade, explicando como se constroem as identidades de género e as identidades sexuais, mediante discursos e práticas de construção de sujeitos. Do mesmo passo, correlaciona-se género, identidade e poder, demonstrando-se como as relações de poder influenciam culturas e identidades, assim como diversos tipos de representações que conferem sentido às coisas, aos actos e às relações de género. Não perca!

Na continuação das temáticas abordadas no vídeo precedente, debruça-se, no vídeo seguinte, sobre a problemática da sexualidade e o conceito de educação sexual que, mais recentemente, tende a ceder lugar a conceitos como orientação sexual ou educação para a(s) sexualidade(s), fornecendo pistas metodológicas para a acção educativa. Não perca!



Nas representações sociais e individuais do género e identidades (de género e de sexo), estão subjacentes, com elevada frequência, estereótipicos e preconceitos, construídos ao longo de décadas, séculos e milénios e aceites, também amiúde, de forma acrítica e conformista, pelo que não constitui tarefa fácil (ainda que possível) uma abordagem pedagógica susceptível de desconstruir hábitos, credos e "falsas verdades" que dificultam a prevalência nos meios sociais, institucionais, laborais, familiares e escolares de relações de género de novo tipo, baseadas na igualdade da condição humana, da equidade e da igualdade de oportunidades entre a mulher e o homem, ou mlhor entre os géneros.

Género e Educação

Este vídeo ilustra aspectos interessantes da problemática, muito actual, das relações de género.
Aprecie e discuta com os colegas as questões abordadas no vídeo, procurando extrair ilações para uma abordagem mais adequada das relações entre os géneros, à luz dos princípios da igualdade, da solidariedade social e da cidadania democrática, entre outros, que se propugna para as sociedades hodiernas.   

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A propósito do perfil de ingresso no ensino superior.



Através do link precedente, tem-se acesso a um artigo em que se dá a conhecer a medida tomada em Portugal para evitar que a escola privada (do ensino secundário) seja utilizada como mero trampolim ou porta de entrada facilitada para o ensino superior.

Em Cabo Verde, o acesso ao ensino superior precisa de ser regulamentado de modo a exigir-se, de facto, maior rigor na apreciação do perfil de entrada, nomeadamente no ensino superior privado, que não tem vindo a realizar provas para a selecção dos alunos em função da demonstração da capacidade de ingresso.

Todavia, mesmo na universidade pública, que sempre realiza as provas de ingresso, a investigação levada a efeito revela a necessidade de elevação do perfil de entrada dos alunos. É assim que, nas provas de acesso, que incidem sobre disciplinas nucleares dos cursos, em virtude do elevado índice de notas negativas, se tem seleccionado alunos com clasificações muito baixas, facto que não deixa de condicionar a evolução do desempenho académico dos estudantes, além de dificultar a gestão e a implementação cabal dos currículos.

Em todo o caso, o problema do perfil de entrada no ensino superior deve ser analisado numa perspectiva mais global, buscando soluções não apenas a nível do próprio subsistema do ensino superior, mas num plano sistémico, envolvendo, nomeadamente:
a) a necessidade de reforço da qualificação dos professores para o ensino básico e o ensino secundário, seja no âmbito da formação inicial, seja no quadro da formação em exercíco;
b) a ampliação das iniciativas de acompanhamento, supervisão e apoio pedagógico aos docentes destes níveis de ensino no exercício das suas funções;
c) a exigência de cumprimento integral dos currículos do ensino secundário, como condição para a conclusão deste nível de ensino e, em consequência, a avaliação final dos alunos do ensino secundário em relação a todos os conteúdos programáticos (propugna-se, pois, que seja banida, definitivamente, a prática de se avaliar os alunos apenas em relação aos objectivos e conteúdos ministrados, o que encoraja o não cumprimento cabal dos programas);
d) o reforço da inspecção do cumprimento dos programas e dos mecanismos de responsabilização dos docentes que, sem motivo atendível, não cumpram os programas curriuclares;
e) a ampliação, se necessário, do tempo de estudos, com vista ao cumprimento integral dos programas do ensino secundário;
f) a reformulação dos currículos do ensino básico e secundário e a melhoria dos métodos de ensino, especialmente nas áreas identificadas como mais problemáticas (ex: aprendizagem da língua portuguesa e da matetática), de modo a adequar o nível de ensino às exigências dos tempos actuais e, em particular, ao grau de complexidade do ensino superior;
g) uma maior aproximação entre as instituições de ensino superior e as escolas secundárias, tendo em vista uma mellhor articulação dos currículos e métodos de ensino nos dois subsistemas...

Concluindo,

A questão do nível de ingreso no ensino superior não se coloca apenas em relação à qualidade das escolas privadas do ensino secundário (que, de resto, acolhem uma franja pouco significativa dos alunos deste nível de ensino), mas é uma questão que releva de uma abordagem global e sistémica da problemática da formação em Cabo Verde.

Sem se pôr em causa a democraticidade do acesso ao ensino superior, este é um nível de formação que implica um elevado grau de exigências, em termos de aprioramento do conhecimento científico, pelo que deve estar resguardado dos efeitos maléficos de uma massificação em que a expansão quantitativa dos incritos e diplomados não é acompanhada da manutenção ou elevação da qualidade académica.

Bartolomeu Varela

Qualidade e Regulação da Educação - Práxis e perspetivas no contexto cabo-verdiano

Partindo do entendimento de que a educação, a diversos níveis, constitui um bem público essencial, ė imperioso que ela seja de qualidade, so...