segunda-feira, 17 de março de 2008

No Dia do Pai, fala o filho!

Tomei parte, há dois dias, na festa comemorativa do Dia do Pai, organizada pela Escola do Ensino Básico “Eugénio Tavares”, frequentada pelo meu filho mais novo, o Márcio. Foi uma tarde extraordinária, durante a qual os pais dos alunos da escola, com quatro dias de antecedência em relação ao dia de São José, foram homenageados através de um programa de actividades que tinha de tudo um pouco: brincadeiras e jogos improvisados, com a participação dos filhos, pais, mães e outros convivas; cerimonial de homenagem ao pai, em que os filhos impuseram fitas e entregaram prendas aos respectivos pais; sessão de filme seguida de debate; lanche ao sabor de coisas da terra, como o saboroso cuscuz com leite, etc.


O filme “Ser e Ter” reportava aspectos interessantes da obra educativa desenvolvida algures numa certa aldeia de certo país. Pleno de ensinamentos importantes sobre a ciência e a arte de educar, o filme foi seguido de um debate, animado pela pedagoga Filomena, convidada para o evento.

Não me refiro aqui às sábias palavras da Filomena, que interpelou a assistência sobre o que é “Ser” pai e o que este deve “Ter” para o poder ser verdadeiramente. Permitam-me que partilhe convosco parte das opiniões expendidas, num português correcto, pela segunda figura do debate, o meu filho Márcio, de 6 anos: “o pai deve ter amor”… “deve ter carinho para o filho”, mas este “deve ser obediente” para com o pai.

Não que me surpreendesse a capacidade de reflexão do meu filho “caçula”! As palavras que ele proferiu são simples e até parecem banais. Mas será que todos os pais avaliam, na sua justa medida, o alcance do “amor” e do “carinho” na educação dos filhos? E que dizer da dimensão axiológica da educação que o Márcio expressou ao trazer para o debate o dever de “obediência” aos pais, muitas vezes esquecido ou relegado a um plano secundário?

Enfim, os filhos devem ser escutados a sério, não acham? Não apenas no Dia do Pai, mas todos os dias.

Bartolomeu

domingo, 6 de janeiro de 2008

A Gestão Segundo Bill Gates


Li, há poucos meses, o livro de Dês Dearlove, que leva o título em epígrafe. Porque o achei interessante, decidi redigir este texto, na tentativa de resumir a obra. Porque o faço? Por entender que os gestores de sucesso devem começar a ser formados na escola, ainda que seja a “escola da vida”, em cada contexto, a "moldar” o perfil desses gestores, seguindo a tese muito em voga, hoje em dia, da “formação ao longo da vida”.

Personalidade fenomenal e mesmo genial da economia moderna, Bill Gates é, também, o homem mais rico do mundo e, sobretudo, o maior dos magnatas tecno-sábios. Efectivamente, destaca-se na história recente do mundo da tecnologia e da economia não apenas pela sua imensa riqueza, mas especialmente pelo seu brilhantismo técnico, uma notável visão para os negócios, um obsessivo desejo e uma enorme capacidade de vencer. Tem marcado a diferença por um estilo de liderança radicalmente diferente de tudo o que o mundo empresarial conheceu até agora. O que Bill Gates oferece aos líderes empresariais do futuro é um novo modelo que reúne características e habilidades muito mais adequadas aos desafios do século XXI.

Se nas escolas de Economia e Gestão não abundam pistas sobre as técnicas de gestão e de liderança de Gates, encontramos, no entanto, trabalhos que ajudam a entrar por dentro dos segredos do sucesso do chamado gigante da Microsoft Corporation. Tal é o caso do livro “A Gestão Segundo Bill Gates”, de Des Dearlove, que não só revela os segredos do notável êxito de Gates como também resume as lições universais e identifica as estratégias que podem ser aplicadas em qualquer outro negócio ou carreira. Passo a apresentar os capítulos deste livro, nos quais o seu autor tenta desvendar os 10 segredos do sucesso do líder mais rico do mundo:

Um: “Esteja no lugar certo no momento certo”. Não se trata apenas de um “golpe de sorte” o que aconteceu com Bill Gates: foram necessários mais de seis meses de árduo trabalho para vislumbrar a importância do negócio com a IBM a partir do qual conseguiu mudar a história da informática a nível do utilizador individual. É preciso, com o trabalho, maximizar as hipóteses de “ter” sorte. E, uma vez bafejado pela sorte, há que mantê-la, não a deixar escapar, o que implica estar e agir na hora certa. Quantas oportunidades não são perdidas porque não se sabe procurar, aproveitar ou manter a sorte (que pode não bater várias vezes à mesma porta)?

Dois: “Apaixone-se pela tecnologia”. O continuado êxito da Microsoft deveu-se grandemente ao conhecimento tecnológico de Bill Gates, que mantém o controlo sobre as decisões-chave neste domínio, prevendo mais claramente que os seus concorrentes a direcção futura da tecnologia e, deste modo, ganhando capacidade competitiva par liderar nessa direcção.

Três: “Não faça prisioneiros”. Implacável e feroz na concorrência, Bill Gates é um negociador duro e sem contemplações, um mestre em vencer os adversários. Podendo ser apresentadas inúmeras técnicas para vencer a concorrência, o certo é que só podem considerar-se válidas aquelas que ajudem efectivamente a a fazer melhor que os concorrentes, produzindo bens ou prestando serviços que melhor satisfaçam as expctativas e necessidades dos clientes. Bill Gates têm vencido pela qualidade superior dos produtos que apresenta no mercado.

Quatro: “Contrate sempre pessoas muito inteligentes”. Desde o início, Bill Gates apostou em ter sempre na empresa as melhores cabeças, tendo recrutado muitos dos mais brilhantes estudantes saídos das universidades, atraídos pela perspectiva de trabalhar e procurar o sucesso integrando-se numa equipa dos melhores. E para manter os melhores, Bill Gates não paga os mais elevados salários. Em contrapartida, através da possibilidade que dá aos seus trabalhadores de adquirirem acções da bem sucedida Microsoft, a empresa de Bill Gates tem feito mais milionários que qualquer outra no mundo.

Cinco: “Aprenda a sobreviver”. Para tanto, Bill Gates criou uma máquina de aprendizagem extraordinária, no entendimento de que é pela aprendizagem que se evita a repetição ou mesmo a comissão de um erro. A própria sede da Microsoft é organizada como um verdadeiro campus universitário, onde estão criadas as condições para que os trabalhadores invistam na sua aprendizagem como condição de sucesso da empresa e de si próprios.

Seis: “Não espere agradecimentos”. Receber elogios do concorrente pode ser um mau sinal (sinal de hipocrisia, de que as coisas podem não estar a andar bem), pois é mais comum que a fama atraia “infâmias” do adversário. Na verdade, o sucesso provoca “inimigos”, que acabam por constituir um “incentivo” a fazer melhor, para se manter na liderança.

Sete: “Assuma uma postura visionária”. Uma lúcida visão de futuro, assente num profundo entendimento da tecnologia e da maneira peculiar de sintetizar os dados, tem dado a Bill Gates uma aptidão especial para identificar e localizar as tendências futuras, definir e conduzir a estratégia da Microsoft.

Oito: “Cubra todos os campos”. A capacidade para gerir um grande número de projectos simultaneamente tem sido um dos segredos do sucesso de Bill Gates, que é bem o exemplo do homem multifuncional, capaz de explorar novos mercados e novas aplicações de software, sem deixar escapar a próxima “grande aposta”.

Nove: “Construa unidades de negócio pequenas como bytes”. Bill Gates procura e consegue manter o ambiente de optimização empresarial através da subdivisão da Microsoft em unidades mais pequenas, o que sucede com frequência e lhe permite assegurar a pulso o controlo da empresa, aprimorar a comunicação interna, promover a eficiência e a eficácia de cada uma das unidades e, em consequência, do conjunto.

Dez: “Nunca, mas nunca mesmo, tire os olhos da bola”. Bill Gates costuma dizer que é dominado pelo “receio latente” de que pode perder a sua próxima grande ocasião. Para que tal não aconteça, desenvolve a capacidade de antevisão, tomando em devido tempo as decisões necessárias para que não caia nos erros de outras empresas da área dos computadores, como a IBM e a Apple.
Bartolomeu Varela
Fonte: A Gestão segundo Bill Gates, de Des Dearlove. 1ª edição: Fevereiro de 2007, Casa das Letras, Rua Bento Jesus Caraças, 17, 1495-686 Cruz Quebrada- Portugal .

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