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O Ensino Superior cabo-verdiano e os desafios do acesso, da sustentabilidade e da empregabilidade

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Ao abordar-se a problemática do acesso ao conhecimento, enquanto questão central dos currículos e, em geral,dos processos de educação e formação, necessário se torna analisar, por um lado, a efetividade dos mecanismos que viabilizem a frequência dos diversos níveis de ensino e, por outro, em que medida esse conhecimento contribui para os educandos realizarem os seus projetos de vida. Em Cabo Verde, a promoção do acesso à formação superior mediante a adoção de mecanismos de financiamento sustentável e a adoção de políticas que favoreçam a integração dos diplomados no mercado de trabalho constituem dois dos desafios centrais do subsistema de ensino superior, que o presente texto aborda, sucintamente, com base em fontes de dados cursivos, procurando deixar pistas para reflexão-ação! Assim, defende-se a institucionalização de um modelo de financiamento reembolsáv el das bolsas de estudo, suscetível de contribuir para o acesso equitativo ao ensino superior e, do mesmo passo, promover a

Regulação e avaliação da qualidade do ensino superior cabo-verdiano

Inserindo-se na estratégia de valorização do potencial humano para o desenvolvimento sustentável do país, o ensino superior cabo-verdiano tem a sua génese em 1979 e conhece, a partir de 2001, uma significativa expansão, entretanto não acompanhada da implementação de um sistema credível de regulação e avaliação da qualidade das instituições e dos produtos académicos, integrando normas e procedimentos de autoavaliação e heteroavaliação, além da acreditação. Neste texto, analisa-se, a partir de fontes de dados cursivos ou documentais, a experiência iniciática de avaliação do ensino superior em Cabo Verde, que conta com a cooperação brasileira, evidenciando a indissociabilidade e a complementaridade das suas principais modalidades, bem como as características, potencialidades e desafios de afirmação de um modelo de avaliação que, nos seus processos e resultados, seja indutor da qualidade académica e se oriente por lógicas emancipadoras, idiossincráticas e pós-coloniais. Faça o download

O desafio de educar na era digital

Este artigo de  Nelson de Luca Pretto,  da Universidade Federal da Bahia, Brasil,  publicado pela Revista Portuguesa de Educação, apresenta uma visão panorâmica do desenvolvimento científico e tecnológico da comunicação e das diversas linguagens (co-)existentes que se articulam intensamente a partir da enorme presença das tecnologias digitais. Analisa-se a implantação das redes digitais e dos processos colaborativos de produção de conhecimento e as políticas públicas brasileiras para o campo da cultura digital, destacando-se o uso das redes de compartilhamento, com ênfase no software livre e na produção coletiva. A partir desses pressupostos, discute-se a importância da relação da educação com a cultura. Desenvolve-se a idéia de uso intenso das redes colaborativas nos processos educacionais, com a montagem de comunidades horizontais de produção de culturas e conhecimentos. No final, reflete-se mais detalhadamente sobre a proposta de pensar a educação numa perspectiva plural, ou seja, e

A educação e a formação no pensamento e na práxis de libertação nacional de Amílcar Cabral

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Para Amílcar Cabral, a libertação nacional é um processo de grande alcance estratégico, posto que ultrapassa os marcos da conquista formal da Independência, implicando a remoção de todos os obstáculos ao livre desenvolvimento das forças produtivas e de todas as formas de subjugação da pessoa humana, sendo, por isso, indissociável da luta contra a ignorância e pela promoção do conhecimento e da cultura. Como manifestação genuína da cultura e como ato de cultura, a luta de libertação nacional não só se fundamenta e se inspira na cultura como influencia esta última (Cabral, 1972). Por outro lado, a cultura da libertação nacional fundamenta a conceção e a práxis da Democracia, posto que essa luta visa, em última instância, a construção de uma sociedade nova, livre e de progresso, em que o poder esteja nas mãos e ao serviço do povo. Para ser vitoriosa, a gesta libertadora exige, pois, a par do recurso ao “poder das armas”, que se mostrou inevitável para fazer face à rep

Síntese da coleção História Geral da África em português – dois volumes

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O “Programa Brasil-África: Histórias Cruzadas”, iniciativa conjunta da Representação da UNESCO no Brasil, do Ministério da Educação e da Universidade Federal de São Carlos, tem por objetivo principal dar visibilidade e reconhecimento à intersecção das histórias africana e brasileira, transformando e valorizando positivamente as relações entre os diferentes grupos étnico-raciais que constituem o Brasil. Assim, na sequência da publicação da versão portuguesa da Coleção História Geral da África da UNESCO, em 8 volumes (que divulgámos oportunamente nesta página) e correspondendo às disposições constantes da Lei n° 10.639 de 2003, que vão no sentido da inclusão do ensino da história da cultura afro-brasileira e africana desde a educação básica, o “Programa Brasil-África: Histórias Cruzadas” tem-se empenhando na produção e divulgação de materiais pedagógicos para todos os níveis educacionais, sendo o seu primeiro produto a “Síntese da Coleção História Geral da África”, publicada

A Academia das Ciências e Humanidades de Cabo Verde propõe-se afirmar como instituição credível ao serviço do desenvolvimento

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Tendo em conta os "avanços alcançados pela humanidade no que respeita ao acesso à informação, a construção de sociedades baseadas no conhecimento, bem como  interligação entre as ciências e as humanidades, numa lógica de inter e transdisciplinaridade," a Academia das Ciências e Humanidades de Cabo Verde - ACH-CV apresenta-se como um fórum  de "debate e proposta de soluções das grandes questões de desenvolvimento do país e sua integração dinâmica nas comunidades mundiais ancorando no valor do conhecimento" - lê-se na Nota de Imprensa difundida no final da primeira assembleia-geral da Academia, que teve lugar no dia 10 de Julho de 2015, nas instalações do Instituto Internacional de Língua Portuguesa – IILP, na Cidade da Praia. Com a presença de académicos de diversas gerações, residentes no país e na diáspora, durante este evento  "histórico", conforme realça a Nota de Imprensa, foram aprovadas diversas deliberações e eleitos os órgãos estatutários. De

A formação dos professores nem sempre foi mantida com coerência

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Com a devida vénia, publico, a seguir, a primeira parte da entrevista concedida à jornalista Arminda Barros, da Inforpress (agência de Notícias de Cabo Verde), por ocasião do dia do Professor cabo-verdiano (23 de Abril): Bartolomeu Varela: A formação dos professores nem sempre foi mantida com coerência Cabo Verde vem progressivamente promovendo a massificação do ensino com aumento considerável do número de professores com um conjunto de direitos e regalias, mas a aposta na sua formação nem sempre foi mantida com coerência, defendeu Bartolomeu Varela. Em entrevista à Inforpress a propósito do Dia do Professor Cabo-verdiano, que se assinala a 23 de Abril, este ‘eterno’ professor, com mais de 40 anos dedicados ao ensino, disse que o país continua com um corpo docente no ensino primário composto, na sua grande maioria, por professores que não possuem curso superior. Apenas 9 a 10% de professores desse nível de ensino possuem curso superior, ainda que não confi